Chamonix

Foi no Verão de 2012 que visitei Chamonix. Embora o objectivo da viagem fosse o de fazer o Tour do Monte Branco, eu e um grupo de amigos optamos por chegar uns dias antes para conhecermos a vila e nos prepararmos para o Tour, fazendo algumas caminhadas pelos trilhos de montanha que circundam o vale onde a vila se insere.

Encontramos uma povoação essencialmente voltada para o turismo de montanha, como não podia deixar de ser, mas também para os desportos radicais que nesta região têm excelentes condições de prática.

Situada no vale do mesmo nome, entre os maciços das Agulhas Vermelhas e do Monte Branco, ao passear na vila podemos observar paisagens de montanha fascinantes que nos abrem o apetite para a exploração.

Em torno da vila existem muitos pontos de interesse turístico, dos quais se destacam o glaciar do Mer de Glace (Mar de Gelo), o maior glaciar de França, e o cume da montanha Aiguille du Midi com 3.842m de altura. Encontramos também um sem número de trilhos para caminhar, desde os mais fáceis, acessíveis a todos, até aos mais difíceis só para caminheiros, alpinistas e montanhistas experientes.

Aceder aos pontos de interesse turístico é fácil e existem boas sinalizações e indicações sobre a sua localização. Nos serviços de turismo podemos comprar um bilhete que dá acesso a todos os pontos turísticos em torno da vila, bem como aos sistemas de teleféricos que os servem.

Um pormenor bastante agradável é o de em todos os locais de alojamento, ser oferecido aos clientes um título de transporte válido pelo tempo de estadia e que permite ao portador viajar gratuitamente nos transportes da região.

A vila em si é muito agradável. Com uma temperatura de aproximadamente 30 graus, respira-se um ambiente cosmopolita com pessoas de várias regiões da Europa e do resto do mundo. As ruas encontram-se decoradas com inúmeros canteiros de flores com as mais variadas e lindas cores que possamos imaginar, o que confere um ar primaveril à localidade.

Existem um sem número de lojas, restaurantes, esplanadas, bares, discotecas, etc, em que o tema central é o da montanha, as actividades a ela ligadas e os desportos radicais. O viajante mais abonado e que queira aventurar-se em qualquer uma de estas actividades, não precisa de levar nada de casa, pois na vila pode encontrar todo e qualquer equipamento necessário para a prática das mesmas, seja a sua intenção a de alugar ou de comprar.

E relação aos pontos de interesse anteriormente referidos, temos o glaciar do Mer de Glace, ao qual podemos aceder apanhando o pequeno e pitoresco comboio de Montenvers. Uma vez chegados ao fim da linha, podemos aceder à base do glaciar a pé, seguindo por um pequeno trilho de montanha, ou por teleférico, até ao inicio de uma grande escadaria que por fim nos dá acesso ao local.

No percurso, podemos observar a evolução do glaciar nos anos mais recentes e constatar com tristeza que o mesmo se encontra em acelerado processo de degelo devido aquecimento global.

Na base do glaciar encontramos a gruta de gelo, uma galeria escavada todos o anos por altura do verão e que permite ao visitante conhecer as entranhas deste tipo de fenómeno geológico. Caminhar no interior do glaciar é uma experiência inesquecível. Observar as pedras enclausuradas no gelo há milhões de anos atrás, faz-nos pensar sobre a natureza do tempo e sobre a nossa curta passagem por este mundo.

A gruta é iluminada no interior com luzes de várias cores, o que proporciona, através da sua reflecção nas paredes de gelo, uma experiência muito agradável e visualmente bela.

O ponto de maior interesse para a maioria dos que passam por esta localidade é sem dúvida a montanha Aiguille du Midis e a ascensão ao seu cume feita através de um potente sistema de teleférico em que cada cabine transporta perto de 75 pessoas. A viagem é em si uma aventura devido ao constante oscilar da cabine durante o percurso e às subidas e descidas bruscas quando passa pelos pilares de suporte dos cabos.

Chegados ao grande terraço no cume da montanha, a primeira coisa que notamos é a temperatura. De facto, partindo de uma temperatura de cerca de 30 graus no sopé da montanha, quando alcançamos o seu topo, depois de uma viagem de 20 minutos, experimentamos uma temperatura de cerca de um grau acima de zero. É aconselhável pois partir com bastantes agasalhos se quisermos ter uma estadia agradável no topo.

Ultrapassada a diferença de temperatura, outro pormenor que temos de ter em atenção é a diferença em termos de oxigénio. A cerca de 300 metros de altitude, já se nota a rarefação do ar, pelo que temos de ir com calma e tentarmos nos adaptar a esta condição, andando devagar e inclusive sentando-nos um pouco no chão ou num banco até nos sentirmos adaptados.

No topo temos vários pontos de interesse para visitar. O café onde podemos tomar uma refeição com uma vista única sobre o maciço do Monte Branco, um museu dedicado à montanha e ao montanhismo, o local de partida e chegada das expedições ao Monte Branco onde podemos observar os temerosos alpinistas, uma loja de recordações e o elevador que nos leva até ao pináculo da montanha a 3.842 metros de altitude. Tudo isto no seio de uma fantástica esplanada com vistas deslumbrantes para as montanhas em redor. Simplesmente fantástico.

Visitados os pontos de maior atracção turística, o visitante, caso esteja interessado, pode ainda fazer alguns dos trilhos de montanha que circundam o vale e que permitem a observação de paisagens deslumbrantes e maravilhosas sobre os maciços que rodeiam a vila. É algo que exige algum esforço mas que compensa amplamente quem o faz uma vez que retornamos de estas caminhadas com a vista e alma lavados pela beleza única da natureza de esta região.

Enfim, visitar Chamonix é, mesmo que não sejamos montanhistas ou desportistas radicais, partilhar da energia e boas vibrações que enchem este local, bem como experimentar a comunhão com um dos mais fantásticos locais da natureza, que são as montanhas.

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