Gerês – O paraíso desconhecido de Castro-Laboreiro

Já uma vez numa crónica escrevi que não necessitamos de ira para paragens longínquas para conhecer locais fantásticos e maravilhosos. É este o tema desta crónica também.

Em Portugal existem locais que não ficam atrás de outros destinos como a Islândia, Altiplano, Nova Zelândia, etc, em termos de paisagens belas e extraordinárias. Portugal prima por ter recantos de inigualável beleza natural. Escondidos e desconhecidos por vezes ou à vista de todos mas mal conhecidos por outras. O Parque Nacional da Peneda-Gerês é um desses locais.

De facto, a Peneda-Gerês é famosa em Portugal e todos gabam a beleza desta região, mas poucos serão os que conhecem os meandros e recantos naturais do Gerês profundo, onde não existem estradas mas apenas trilhos de pé posto e onde os turistas comuns não se aventuram e onde apenas encontramos os caminheiros mais experientes.

Das regiões que visitei no Gerês, duas há que me ficaram na memória graças à sua inigualável beleza e atmosfera quase mística que possuem, em especial na estação da Primavera. A primeira é a Serra Amarela e a segunda é a região em torno da vila de Castro-Laboreiro e é esta última que esta crónica e as fotos que a ilustram abordam.

Caminhar na região de castro-Laboreiro na Primavera, é caminhar por entre montes e vales de uma extraordinária beleza agreste. A terra encontra-se coberta de arbustos de cor amarela, verde e rôxa ou púrpura, os pássaros voam e chilreiam e não é raro vermos várias lagartixas a cruzarem o nosso caminho com a rapidez que lhes é natural.

Os penedos agrestes e cinzentos, de granito, irrompem do chão como se de esculturas de uma antiga e estranha civilização se tratassem.

O ambiente é de uma calma tensa, intemporal, onde nos apercebemos da grandeza da natureza e da sua provecta idade milenar.

Sentimo-nos aconchegados e ao mesmo tempo solitários enquanto caminhamos por entre estas paisagens agrestes, como se para elas, nós não sejamos de nenhuma importância, mas como se também elas apensa existissem para nos mostrar a nós a grandiosidade e intemporalidade do Universo e da Terra.

Caminhar no Gerês é meditar na impermanência do Homem.

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